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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Momentos

Você já parou para pensar no número de pessoas que você conheceu ao longo de sua vida? Com certeza não será um número pequeno, amigos de escola, vizinhos, colegas de trabalho, professores, amigos de igreja, pessoas e mais pessoas que passaram por nossas vidas deixando em nossas memórias boas ou más lembranças.

O tempo passa e muitas vezes nos separa de pessoas queridas, o fim do ensino fundamental, do ensino médio ou da faculdade, são momentos que nos marcam principalmente pelas despedidas, por saber que aquelas pessoas que até aquele instante eram nossos amigos inseparáveis estarão dando outro rumo em suas vidas, amigos que estavam todos os dias conosco se tornam uma mera lembrança em nossas memórias.

Os contatos se tornarão cada vez mais raros, Orkut, MSN, email, celular, parecem ser as únicas maneiras de nos lembrarmos da existência de algumas pessoas (aquelas que em outro momento eram essenciais), até o ponto em que nem mesmo esses meios de comunicação tão frios serão pontes com nossas antigas amizades, não haverá mais assunto, não haverá mais “química”, até o momento de sermos verdadeiros estranhos.

Porém nem só de percas vive o ser humano, ao mesmo tempo em que vida nos leva algumas pessoas ela também nos presenteia com outras. Pessoas que nos ajudam a construir nossa história que nos fazem conseguir compreender novamente o sentido da palavra amizade. Novos amigos, novas perspectivas, novos amores, a vida é nossa amiga, as mudanças são necessárias, pois sem elas seria impossível nosso crescimento verdadeiro.

O interessante da vida não é termos sempre ao nosso lado as pessoas que amamos, mas sim viver intensamente cada momento com aqueles que consideramos especiais e que ao mesmo tempo fazem que nos sintamos especiais.

A grande verdade é que mesmo não estando juntos as pessoas que são verdadeiramente especiais estarão sempre conosco, pois não é preciso estar perto para se estar presente, a lembrança de pessoas especiais pode vir através de uma música, de uma comida, de um lugar ou até mesmo através de outra pessoa.

Enfim aqueles que um dia foram especiais para nós nunca deixarão de ser, amigos verdadeiros onde quer que estejam sempre serão nossos amigos, independente da distância ou do tempo, pois a amizade verdadeira não está ligada a presença e sim a aquilo que a pessoa representa para nós.

Precisamos aprender a viver cada momento intensamente, pois aquilo que hoje parece ser eterno pode se tornar apenas uma sombra em nossa memória amanhã, por isso ame, chore, ria, faça com que seus momentos felizes sejam realmente inesquecíveis, pois nossa memória será nossa principal ferramenta na hora da saudade. 

Julio Cezar Nakasato

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quem de nós?

Prefeito da cidade de Dourados Mato Grosso do Sul foi preso por suspeita de fraude nos processos de licitações do município, junto com ele mais 28 pessoas foram detidas, entre elas vários vereadores, o vice prefeito e o presidente da câmara.

Quando lemos uma notícia como esta prontamente damos nosso veredito sem piedade, soltamos nossas injúrias,  até  mesmo aqueles que votaram para que ele se elegesse logo se levantam para difamar e descarregar a sentença de morte.

De forma alguma desejo defender este homem, que na minha humilde opinião não tem capacidade suficiente para ser prefeito de cidade alguma no mundo. O ponto que desejo levantar é de como somos rápidos no gatilho quando o assunto é julgar e difamar.  As vezes esquecemos que os verdadeiros culpados, de toda essa vergonha política que acontece em nosso país, somos nós, isso mesmo, nós votamos, nós acreditamos, nós colocamos pessoas despreparadas para nos representar e depois quando tudo da errado não queremos assumir que temos parte em tudo isso. Infelizmente em nosso país a falta de caráter parece ser algo cultural. 

Quem entre nós nunca comprou DVD falsificado, com a desculpa de que o valor é muito mais baixo, esquecendo que isto é ilegal. Quem nuca fez acordo trabalhista para receber seguro desemprego mesmo trabalhando, acumulando dessa forma dois salários, um pago pelo empregador e outro pelo povo, isso mesmo, pelo povo, estamos roubando dinheiro público. Quem nunca falsificou dados para burlar o imposto de renda, esquecendo que isto é crime, é roubo. São tantas falcatroas que fazemos todos os dias que isto já se tornou normal em nossas vidas, somos culturalmente errados, estamos sempre prontos para apontar o dedo para os erros alheios pensando que com esta atitude nos tornamos imunes de nossas próprias doenças morais, isto é hipocrisia!!! 

Somos sempre levados a pensar que apenas aqueles que cometem crimes que aparecem no "Fantástico" são os monstros de nossa nação, quando na verdade nossa nação é podre porque nós somos podres, pequenos anônimos que destroem nosso país dia após dia, se não somos honestos no pouco com certeza se estivéssemos no lugar deles faríamos o mesmo ou até pior. 

Devemos pensar duas vezes antes de decretar juízo sobre aqueles que nos cercam, pois muitas vezes enquanto estamos tentando tirar o cisco do olho de nosso vizinho esquecemos da trave que está em nossos próprios olhos, nos vendamos perante nossas misérias enquanto buscamos como loucos a vergonha de nosso semelhante.

Obviamente não deixo de acreditar que ainda existam pessoas honestas, que não se deixam moldar pela sujeira que nos cerca, mas temos que ser sinceros, eles são a minoria. Pense nisso....


Julio Cezar Nakasato

A superficialidade de Piragine (Nossa Santa Alienação Evangélica)

Esta semana um vídeo “bombou” na internet. O recebi de vários amigos, várias lists, comunidades no Orkut, twitter... por isso quero comentá-lo. É um vídeo onde o pastor da Primeira Igreja Batista de Curitiba, Paschoal Piragine Jr, recomenda de forma enfática que os cristãos não votem em quaisquer candidatos do PT. Faço minha crítica ao vídeo.

E a faço isto com muita tranqüilidade, por três motivos: primeiro por gostar de ouvir o Pr. Piragine, logo não se trata de criticar alguém por quem já nutro uma antipatia, o que tornaria a coisa muito mais fácil; segundo, porque apesar de por muitos anos ter militado pelo PT (mesmo sem nunca ter me filiado), hoje nem sequer voto em Dilma, ou no governador (aqui no Rio do PMDB, mas apoiado pela legenda) Sérgio Cabral. Logo, também não é um contraponto de um “petista melindrado” com as falas do pastor; e terceiro e último: sou batista, assim como o Pr. Piragine.

Em primeiro lugar gostaria de dizer que há algo de bom nisso: a igreja acordar pra sua participação política, não como massa de manobra, mas como força de conscientização. O problema é quando essa conscientização é feita em forma de “mensagem” e não em forma de “debate”. Um pastor falando do púlpito, sem que haja um espaço democrático de discussão do que foi dito, pode parecer manipulação, e não conscientização.

Mas achei superficial! Além de apelativo!

Em pouco mais de 10 minutos o pastor da PIB de Curitiba expõe o porquê não votar no PT. E aí começam os problemas: ele faz uma série de acusações que deveriam ser levadas a debate, e não colocadas como “vontade de Deus” para seu povo. As acusações são superficiais, e muitas vezes, mentirosas.

Não há no quadro do PT, por exemplo, uma defesa da pedofilia, como é explicitado no vídeo altamente apelativo colocado pelo pastor.

As lutas em questões como a homossexualidade estão presentes em quase todos os partidos, com deputados que apóiam e que votarão, sim, a favor da PL 122, mesmo contra a “orientação” de seus partidos, pois querem ficar bem com a “opinião pública”.

A questão da união civil entre homossexuais não deve ser enxergada em pé de igualdade com a idéia de “casamento gay”. Particularmente, até entendo que lutar por esse direito para aqueles que são homossexuais parece muito mais com os ideais de JUSTIÇA do Reino, por mais “ofensivo” que possa parecer à nossa fé. É uma questão muito mais complexa e exige um debate demorado e honesto, e não uma acusação leviana em um vídeo manipulador e superficial.

Mas a tônica da mensagem curta do Pr. Piragine girou em torno do que ele chamou de “iniqüidade estabelecida”, ou “iniqüidade institucionalizada”. E é aqui que, como dia minha avó, “a porca torce o rabo”.

Por que?

Porque o Pr. da PIB de Curitiba dá a entender que essa “iniqüidade institucionalizada” é patrimônio do PT, e é complicada uma afirmativa dessas.

Por que não dizer também do fisiologismo descarado do DEM, ou isso não seria uma forma de “iniqüidade estabelecida”?

Por que não falar do capitalismo selvagem e neoliberal do PSDB, que achincalha o pobre e favorece os mais ricos, pra que se tornem ainda mais ricos? Não seria isso “iniqüidade institucionalizada”?

Por que não dizer dos membros do PV que defendem abertamente a legalização da maconha, e o aborto? A “iniqüidade institucionalizada” é privilégio petista? E olha que eu voto abertamente e tranquilamente em Marina Silva.

Por que não denunciar líderes evangélicos, pastores, e outros pilantras “cristãos” que até hoje mantém seus domínios de rádios, gravadoras, etc... graças ao apoio prestado aos militares na época da ditadura? Em nome da” pregação do evangelho” vale apoiar a “iniqüidade institucionalizada”?

E a “iniqüidade institucionalizada” fora da política, como no caso do Sr. Silas Malafaia, que é um dos maiores “gritadores” contra a PL 122, mas que chama de trouxas aqueles que ofertam por amor, e promete os maiores absurdos em nome de Deus para seus fiéis depositários? Não seria o caso de apontarmos o dedo antes em nossa política “cristã” e “denominacional”, antes de partirmos pra “fora”?

Quais as fontes e companheiros do Pr. Piragine para tais acusações? Ele deixa claro, alguns pastores e setores da Igreja Católica. Um pouco de discernimento histórico nos mostra que a ICAR e principalmente o meio histórico tradicional e pentecostal brasileiro sofrem de uma aversão história aos que denominaram partidos de “esquerda”, principalmente os de influência marxista. Lembro de pastores dizendo que “vermelho é a cor do diabo e dos comunistas.”

Portanto, a ferida é muito mais profunda do que se imagina, e não é domínio do PT. Se queremos (e creio que devemos) discutir política em nossas igrejas, devemos fazê-lo de forma responsável, e democrática. Não de cima para baixo e baseado em informações que merecem um debate mais acurado.

Continuarei ouvindo algumas mensagens do Pr. Piragine... mas espero que ele continue fazendo o que durante mais de 30 anos faz muito bem... só pregar a Palavra.

E que fique bem claro... é somente uma opinião... Deus não me revelou isso, ok?

José Barbosa Junior – 03 de setembro de 2010

Fonte:http://www.crerepensar.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=192&Itemid=26